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3 de julho de 2007

Os Mortos...

Amigos,

Como resultado de uma consulta, produzi o breve estudo, como abaixo. As opiniões, de grande valia, de vários irmãos deste Grupo foram encaminhadas ao consulente.
Pr Airton


Os mortos sabem o que se passa na Terra?

Prezado José Santos,


A questão dos mortos precisa ser divida em três partes:


1 - A comunicação com os vivos

2 - A lembrança das coisas passadas

3 - A consciência do que se passa na terra.



A sua pergunta está restrita ao último item, mas tem correlação com os demais.


Usarei os seguintes textos:


I Samuel 28.1-21

Eclesiastes 9.5-6

Mateus 17.1-8

Lucas 16.19-31; 23.43



- Os mortos têm consciência de tudo o que se passa na Terra?


Examinemos Ec 9.5-6:


Diz o texto que os mortos não sabem coisa nenhuma; a memória deles ficou no esquecimento. Não têm parte alguma neste século, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.


Vamos ver o que dizem os comentaristas:



“Aparentemente Salomão parece estar dizendo que os mortos não têm mais noção de nada. O salmista disse: “Pois, na morte, não há recordação...” (Sl 6.5). Mas isso parece contradizer as muitas passagens que falam de as almas estarem conscientes após a morte (por exemplo, 2 Sm 12.23; 2 Co 5.8; Ap 6.9). A Bíblia ensina que a alma sobrevive à morte num estado consciente de conhecimento. As passagens que dizem que não há conhecimento ou lembrança após a morte estão falando de não haver memória neste mundo, e não de que não há memória deste mundo. Salomão esclareceu o seu comentário dizendo: “porque na sepultura, para onde tu vais, não há... conhecimento” (Ec 9.10, SBTB), deixando claro que é na sepultura que não há lembrança de nada. Ele afirmou também que os mortos não sabem o que se passa “debaixo do sol” (Ec 9.6). Mas conquanto não saibam o que ocorre na terra, certamente sabem o que está ocorrendo no céu (cf. Ap 6.9). Em resumo, estes textos referem-se simplesmente ao homem em relação a esta vida presente – eles nada dizem a respeito da vida futura, após esta que vivemos” (Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições da Bíblia – Norman Geisler e Thomas Howe).


“A Bíblia é muita clara a respeito do fato de que a alma do crente (espírito) sobrevive após a morte (Lc 12.4), que ela está conscientemente com o Senhor (2 Co 5.8) num lugar melhor (Fp 1.23), onde outras almas estão conversando (Mt 17.3) e até mesmo orando (Ap 6.9-10). Analogamente, a alma do incrédulo vai para um lugar de tormento consciente (Mt 25.41; Lc 16.22-26; Ap 19.20 – 20.15)” (Ibidem).



Portanto, a alma dos mortos tem consciência de sua própria existência e sabe o que aconteceu na terra. Mas os salvos, em lugar de paz, não se angustiam nem choram por causa dos problemas que deixaram para trás: “Deus limpará de seus olhos toda lágrima” (Ap 7.17). “Esta promessa poderá referir-se à remoção de qualquer lembrança que nos possa causar sofrimento, pesar ou remorso. No céu não haverá qualquer privação, sofrimento ou tristeza” (Bíblia de Estudo Pentecostal).



Seria desalentador sofrermos aqui tanto tempo e, depois de perseguições e lutas, continuarmos sofrendo no céu. Os que não estão no céu, cobertos pela sombra do Cordeiro, estão em tormentos, angustiados e com remorsos (Lc 16.23-24).


As almas estão conscientes mesmo antes da ressurreição coletiva?


Estão. Moisés e Elias estavam conscientes na transfiguração de Jesus (Mt 17.3). Elias foi arrebatado, mas a Bíblia não diz que Moisés passou pela ressurreição (Dt 34.5-6). Está dito em Judas 9 que o corpo de Moisés foi motivo de uma disputa ente o arcanjo Miguel e o diabo. A partir disso, não se pode presumir que o diabo quisesse dificultar a ressurreição de Moisés. Tal presunção é um absurdo. Por acaso o diabo teria poder para impedir a ressurreição de Moisés?


Outro exemplo da consciência das almas mesmo antes da ressurreição é o caso do ladrão na cruz, salvo pelo Senhor Jesus: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43). O ladrão subiria para o céu insconsciente? Dormindo? Na parábola, o rico e Lázaro estão conscientes. O contexto deixa claro que os corpos ficaram na terra e as almas seguiram seu destino. Logo, é um fato que se passa antes de qualquer ressurreição (Lc 16.19-31).


Os mortos sabem o que se passa na Terra?


Uma coisa é terem consciência do passado. Outra é ter conhecimento do presente. Os salvos têm memória do passado, mas o passado não lhes proporciona qualquer, remorso, amargura ou lágrimas.


Para que tenham conhecimento do que está se passando entre os vivos, precisariam que estivessem entre nós, ou que periodicamente nos visitassem para saber das novidades.


Através de parábolas, Jesus nos ensinou realidades espirituais. E uma dessas realidades está na do rico e Lázaro (Lc 16.19-31). O rico, embora sabendo da situação de seus irmãos, não pôde sair do seu lugar para dar-lhes qualquer ajuda. Pediu a Abraão que enviasse Lázaro. Abraão negou o pedido dizendo que dali ninguém poderia sair. Ora, se a presença de Lázaro (espírito) de algum modo fosse viável, e pudesse resolver o problema, Abraão atenderia de imediato. Veja que a memória do passado não é afogada na outra vida. Disse Abraão: “Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida...” (Lc 16.25).


Para que os mortos tivessem conhecimento de tudo quanto se passa entre os vivos teriam que ser ONIPRESENTES, uma qualidade específica da Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Por isso, a evocação dos mortos é imprópria. Eles nem ouvem, nem atendem. O diabo e seus anjos, estes sim, estão na terra, com o desejo de infernizar a vida das pessoas (1 Pe 5.8). O Apóstolo dos gentios disse que gostaria de PARTIR: “... tendo o desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1.23). “Partir” e “estar” significam exatamente o que expressam. Ir embora para o céu e ficar lá, permanecer lá, e não mais imiscuir-se com as atribulações terrenas.


Como explicar a “descida” de Moisés e Elias para falar com Jesus, na Transfiguração?


Os salvos que se encontram no céu sabem do que está se passando no céu. Portanto, não estavam alheios ao ministério terreno do Verbo encarnado, porque Jesus estava na Terra, mas pertencia ao Céu. Era cem por cento homem e cem por cento Deus. Se Moisés e Elias estavam diante do Trono do Deus Filho, como não saberiam que se aproximava o fim da via-crúcis de Jesus? A Transfiguração reproduziu por um instante a glória do Cordeiro. Naquele momento, Jesus deixou a Terra, embora estivesse nela - um fato maravilhoso e transcendental. E transfigurou-se. Seu corpo mortal se tornou glorioso e incorruptível. Leia o artigo “Houve comunicação com os mortos na transfiguração de Jesus?”.

(http://www.palavradaverdade.com/print2.php?codigo=2564)


E o caso de Samuel que veio do céu para falar numa sessão espírita, conforme 1 Samuel 28? A esse respeito, leia “O Espiritismo e a Feiticeira de En-Dor”, em

http://www.palavradaverdade.com/print2.php?codigo=1538



Sobre o caso, adianto: 1) A mulher que tinha “espírito de feiticeira” (v.7) perguntou ao rei Saul quem ela deveria fazer subir. “Faz-me subir a Samuel”, disse o rei (v. 11). Os salvos do Senhor, entronizados no céu, estariam sob as ordens e caprichos de uma feiticeira e de um rei pecador, com quem nem Deus nem o profeta queriam falar? (v.6; 1 Sm 15.26).


Conclusão:


O mundo espiritual ainda é um mistério para os vivos. O apóstolo dos gentios revelou que agora vemos como através de espelho. Somente na glória, veremos com clareza todas as coisas.

Com a luz de que disponho, entendo que os mortos estão conscientes em seus devidos lugares: no céu ou em tormentos, mas não participam das atividades terrenas e delas não tomam conhecimento.

02.07.2007

Pr Airton Evangelista da Costa
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