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2 de abril de 2011

Universalismo e Aniquilacionismo: seis e meia dúzia


Não gosto de falar “grego” quando o assunto é teologia. Detesto ter que usar os jargões teológicos, acessíveis apenas aos iniciados. Me alegro cada vez que consigo pregar sobre expiação, justificação e regeneração sem usar nenhuma dessas palavras.
Acontece que alguns jargões estão entrando na moda, principalmente depois que o John Piper retuitou um texto do Justin Taylor, no qual o maior ícone emergente da atualidade, o pastor Rob Bell, é acusado de ensinar o “Universalismo”. Assim que saiu a propaganda do livro, Mark Driscoll, Joshua Harris e outros pastores estadunidenses excomungaram o Rob Bell no Twitter.
Mas afinal, o que é esse tal universalismo, e porque ele é tão perigoso?
Universalismo é a crença que afirma que todas as pessoas serão salvas por Deus. Em sua versão filosófica, ele apela para as emoções humanas e insinua que um Deus bom jamais enviaria as pessoas para o inferno. Já a versão teológica está fundamentada na má interpretação de alguns textos bíblicos.
O que está implícito no Universalismo, e essa é a principal razão porque os cristãos devem fugir dessa heresia, é que ela anula o sacrifício de Cristo na cruz. Ora, se o homem será salvo sem os méritos da cruz, por que razão Deus enviou seu filho para morrer por nós? Além disso, a doutrina universalista nega a justiça de Deus revelada no juízo eterno. Neste caso, está implícita a doutrina herética de que todo homem “merece” a salvação, e que ninguém merece o inferno. Na contramão desta afirmação estão textos como Romanos 3.23, 6.23, Ec 7.20, Rm 3.10-20, que afirmam que todos os homens são pecadores carentes da misericórdia divina.
E o aniquilacionismo? Aniquilacionismo é a crença de que Deus não enviará ninguém ao inferno, mas destruirá os homens ímpios no dia do juízo. Eles serão, segundo essa doutrina, literalmente aniquilados. A natureza desse aniquilamento é algo que eles não conseguem explicar, mas na prática é algo como ser “desintegrado”, mais ou menos como acontece nos desenhos animados e nos filmes futuristas. Esta doutrina geralmente é defendida pelas seitas “Testemunhas de Jeová” e “Adventista do Sétimo Dia”.
Mas, quais são as implicações da crença aniquilacionista? As mesmas do universalismo! Tal como o universalista, o aniquilacionista não consegue imaginar Deus enviando as pessoas para um inferno literal. Eles também se igualam aos universalistas ao negarem a justiça de um castigo eterno. Enxergam o inferno como uma sentença injusta. Esquecem-se que aqueles que pecaram contra um Deus absoluto são dignos de um castigo absoluto. Ignoram que os que pecam contra um Deus eterno só podem ser penalizados com um castigo eterno. Como disse o Mark Driscoll: “Merecemos o inferno. Tudo mais é um presente”.
Por esta razão, insisto em dizer que tanto a crença na aniquilação como a crença na salvação universal são ultrajantes. Ambas minimizam o sacrifício de Cristo na cruz, e ambas relativizam a justiça de Deus no julgamento do pecador. As duas furtam a glória de Cristo. São seis e meia dúzia.
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