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22 de janeiro de 2011

Verdade, Certeza e a Ciência

Caros,

É curioso como a dita mentalidade aberta e crítica das pessoas cultas, bem educadas, com amplo acesso a todo tipo de informação, pré-conceitua pejorativamente como fanáticas as pessoas de fé religiosa.

A definição bíblica de fé está em Hebreus 11:
1
Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.
2
Porque por ela os antigos alcançaram testemunho.
3
Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.

A fé não é estúpida (ver o vers.2): há provas históricas, passadas e presentes de sua eficácia em obras, em manifestação concreta – aliás este é um critério que ela está presente. Theoria e práxis sem dicotomia, uma testemunhando a outra. De quebra ainda levamos a sabedoria (vers. 3).

Quando um engenheiro faz um projeto sabe que o edifício, a ponte, etc. serão erguidos conforme tudo o que lhe foi ensinado em física, matemática, etc. Do mesmo modo um estatístico tem certeza probabilística de um fenômeno estudado. Outros exemplos das ditas ciências da natureza são óbvios. São fanáticos porque crêem no que está dando certo? Outra curiosidade é o título dessas ciências: “exatas”.

Exata é a Física de Newton? Sim, sob condições: dentro de distâncias nas quais a velocidade da luz não seja variável significativa, como veio e demonstrar a Relatividade de Einstein, que explica bem melhor os macro-mistérios. Mas não explica, como a Quântica, os micro-mistérios – e esta ainda está por se firmar como ciência. Ver as discussões de Penrose e Hawking: aquele alega, com razão, que há excesso de infinitos ocultos na Quântica, que é defendida um tanto emocionalmente por Hawking – e ninguém ousa dizer que este é fanático; muda de opinião quem lê a discussão.

E nas ciências ditas do espírito? Um exemplo chocante e típico é o de um economista que justificou o suicídio de sua mulher através da conhecida teoria da curva de utilidade (Economia clássica usa muita matemática, mas trata de uma faceta do comportamento humano). E foi respeitosa e silenciosamente aceita sua, digamos tentativa de justificar ... Notaram como a muitos médicos, advogados, mestres e doutores olham o resto do mundo de cima para baixo, como sacerdotes de seus pequenos mistérios? Eles têm certeza de que as abordagens da verdade de seus pequenos reinos são suficientemente fortes e consistentes para sustentarem suas empáfias. E eu sou fanático? Give me a break.

Quem tem alguma vivência na fé já se deparou com casos de doenças incuráveis que foram curadas (pela fé, sobrenaturalmente) ou pela conversão e mudança de comportamento do(s) moribundo(s) – isto não dá para explicar, mas dever ser compreendido (usando a linguagem de Dilthey e outros filósofos das “ciências do espírito” – nada a ver com as Escrituras, apesar da expressão). Não é fanatismo, enfim, porque, para usar uma expressão científica, tem fundamentum in re (fundamento nas coisas, nos fatos).

A filo já cansou de estudar e reconhecer: o que não se encaixa numa cultura, é simplesmente rejeitado como real, ainda que real! A crítica do espírito crítico é possível, porém mais difícil porque exige humildade – faculdade espiritual que não é fácil de ser digerida pelos doutores das leis do mundo.

E a matemática? Essa é exata mesmo, afinal. Sim, mas oca de significado, inútil concretamente, a menos que se preencha de significado o que exprimem os valores e equações (“por trás das equações o que existem são idéias”, disse Einstein). Além disso, é dependente de princípios ou axiomas ou postulados “de fora” que devem lhe sustentar: Kurt Godell, matemático genial, amigo de Einstein, derrubou matematicamente com a pretensão de Russel e outros de colocar a Matemática como ciência-mãe. Ver mais detalhes em meu trabalho sobre a Atualidade da Metafísica de Aristóteles – aliás, não veja.

Que não se entenda o que até aqui foi colocado como um texto de contra-cultura, mas de colocá-la em seu devido lugar.

O texto de hoje é sobre como o espírito moderno enxerga o conceito de verdade e como as Escrituras querem que o tema seja tratado.

Lâmpada para meus pés é a tua palavra e luz para meus caminhos (Sl 119:105)

Michel Beltrão

Baixe um texto do mesmo autor, relacionado ao tema aqui abordado: Acerca da Verdade (Clique Aqui).
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